Conforme comentamos no post anterior (aqui), solicitamos autorização prévia do Ufficio Scavi, para realizar uma visita especial à necropole sob a Basílica, famosa por abrigar o Túmulo de São Pedro.
Conta-se que São Pedro, depois da crucificação de Jesus Cristo, partiu para Roma com o objetivo de proferir o Evangelho Santo. Foi crucificado, em meados do ano de 64 d.C., de cabeça para baixo, à seu próprio pedido. Seus restos mortais foram enterrados à 150 metros, do local de sua morte, tendo sido marcado com uma pedra vermelha.
Anos depois, foi erguido um santuário sob seus restos, e, posteriormente, quase 300 anos depois, foi construída a Basílica de São Pedro, nestas proximidades.
A partir de 1950, intensificaram as escavações sob a Basílica, e a equipe chefiada pela Arqueóloga Marguerita Guarducci encontrou a necrópole de São Pedro, sendo que nas paredes continham a expressão “Petros Ení”, que significa “Pedro está aqui”.
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| Imagem do site do Ufficio Scavi. |
Neste local, foram encontrados fragmentos de ossos de um homem de um homem robusto e idoso (cerca de 60 a 70 anos), envoltos a um manto de tecido púrpura com fios de ouro, com muita probabilidade de ser os restos mortais do Apóstolo São Pedro.
A visitação à Necrópole é mais que um tour turístico, e sim um ato de grande religiosidade e fé, e, como tal, deve ser observadas algumas regras como vestimentas, comportamentos, etc.
Para visitar o local, os homens devem estar vestidos de calça, mulheres com saias abaixo do joelho ou calça, e não podem estar com os ombros descobertos. Os interessados em visitar o local, depois de enviar o email ao Ufficio Scavi, devidamente autorizado, deve chegar ao local com antecedência mínima de 10 minutos.
Do Obeslico, com vista para a Basílica, o local fica situado à sua esquerda (na foto abaixo, um pouco à esquerda da minha cabeça, onde está estacionado um caminhão amarelo). Mas caso você se perca, não deixe de perguntar aos guardas suíços, eles foram muito simpáticos em nos informar onde era o Ufficio Scavi, entretanto, não nos deixaram entrar antes do horário marcado na cópia do nosso e-mail.
Depois de autorizada nossa entrada, seguimos pelo caminho abaixo, e em poucos metros, encontramos o escritório, que nos entregou os bilhetes da visita.
Fiquei muito feliz com este momento, e estava ansiosa para iniciar a visita. Mas ainda tivemos que aguardar a chegada do funcionário que nos conduziria e explicaria a visita ao local.
Não é permitido tirar fotos do local. Então, esta foi a última foto antes da visita.
Lembre-se de que é uma visita muito especial, e caso não consiga comparecer, avise-os da sua ausência, pois muitas pessoas tentam visitar e não conseguem diante do número restrito de 12 pessoas por visita.
O guia nos conduziu aos locais, explicando minuciosamente cada detalhe daquele lugar sagrado. E, claro, o inglês tem que estar bem avançado, pois ele falava bem rápido. Os claustrofóbicos podem não ter uma experiência agradável no local, pois realmente é bastante baixo, apertado e abafado.
Em um dado momento da visita, o Guia nos mostrou o teto, com uma abertura que conduzia diretamente ao altar da Basílica de São Pedro, e então lembrei-me que, em anteriormente, fiquei admirada com este “detalhe” do piso da Basílica, quando tirei a foto abaixo:
O momento em que você se depara do Túmulo de São Pedro, a uma distância de poucos metros, é possível que apenas uma pessoa de cada vez visualize o local. Então, quando ele me chamou e disse: “Olhe lá. É o Túmulo de São Pedro”, fiquei tomada por grande emoção e grata por ter solicitado a autorização para aquela visita.
A visita finaliza-se no nível II, local onde ficam os túmulos dos Papas.
Depois da visita, que durou aproximadamente 1:30h, à caminho do Museu do Vaticano, existem alguns restaurantes com preços razoáveis, e então, aproveitamos para almoçar antes do horário previsto para a visita ao Museu do Vaticano, que era às 14h.
Neste ambiente aconchegante, tivemos o privilégio de ouvir, ao vivo, a música “Sole Mio”, tocada por alguns artistas de rua. Foi neste momento, que acreditei que realmente estávamos na Itália.
Continua com a visita ao Museu do Vaticano… Aguardem!
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