Dicas para visitar a Ilha de Marajó

Um dos destinos mais exóticos que já visitamos até hoje foi a Ilha de Marajó, no Estado do Pará. Todos os elogios que ouvimos deste local foi pouco, perante toda a sua beleza natural e selvagem.
O arquipélago de Marajó está localizado na foz do Rio Amazonas, é banhado também pelo rio Tocantins e Oceano Atlântico. É considerado o maior arquipélago flúvio-marítimo do mundo, com uma extensão de quase 105 mil km² espalhados por quase 2.500 ilhas e ilhotas (esta informação foi obtida do mapa turístico e cultura de Soure, fornecido nos hotéis da região).
Quando ir?
O clima do arquipélago é equatorial superúmido, o que faz com que tenha apenas duas estações: o inverno chuvoso (janeiro a junho), e o verão seco (julho a dezembro), que acaba sendo a melhor época para visitá-lo.

O que todo paraense comenta e acaba brincando é que sempre chove por lá. Parece que é meio rotineiro cair uma pancada de chuva a tarde, depois passar e abrir novamente um lindo céu azul. Aconteceu conosco em um dos dias. Mas o que ficamos sabendo também foi que, o inverno nada tem de frio, mas sim de muita chuva. E a deste ano acabou judiando da Ilha. As estradas estão completamente destruídas, com muitos buracos o que é quase uma missão impossível trafegar de carro, de moto ou bicicleta por lá. Mas já iniciaram o conserto.Quanto tempo ficar?A Ilha de Marajó contém cerca de 50 mil km², sendo que inúmeras ilhas fazem parte desta extensão. Então, acredite, você terá muita coisa para conhecer! Recomenda-se pelo menos 02 (dois) dias na Ilha. Mas como ficamos 2 dias e meio, sinceramente, achamos pouco tempo. O ideal seria 4 dias para conhecer bastante coisa deste pedacinho da Amazônia.Como chegar?

Para chegar a Ilha de Marajó, a melhor opção é partindo de Belém. Tem a opção de fretar um pequeno voo, para até 5 pessoas (em torno de R$ 1.500,00), ou partir de navio do Terminal Hidroviário de Belém (Avenida Marechal Hermes, Armazém 9, da Companhia Docas do Pará, Belém/Pará).

Só que para os navios para a Ilha de Marajó partem apenas duas vezes por dia, às 06:30h e às 14:30h, de segunda-feira a sábado, e aos domingos, somente às 15h. O valor da passagem é R$ 21,72, denominado “classe regional”, que não tem ar-condicionado, e para a classe turística, R$ 34,75 por pessoa (que é uma área menor do navio, com ar-condicionado). O trajeto dura cerca de 3 horas, podendo ser um pouco menor em decorrência da correnteza.

É importante chegar ao local pelo menos 30 minutos antes, para não ter risco de não conseguir passagens. Mas em alta temporada, é ideal adquirir o ticket com um dia de antecedência, pelo menos. Observamos que há muitos moradores da região que utilizam o transporte, então, está quase sempre cheio!

O navio aporta em Camará, que fica em Salvaterra, e é bem distante de Soure. Então, é necessário pegar uma van/micro-ônibus com ar condicionado (indico o Edgar Barbosa (91) 8100-5222), valor de R$ 13,00 por pessoa, e o trajeto dura cerca de uma hora, sendo necessário atravessar em um balsa (antes de chegar em Soure), e eles te deixam no Hotel.

Existe ainda a possibilidade de ir de ferry boat (balsa), para quem está de carro. Ela parte de Icoaraci, que fica um pouco mais distante de Belém (vi informações em alguns sites que é em torno de 30km, e em outros 13km, quem souber maiores detalhes, favor compartilhar nos comentário). O local das vendas das passagens é no Terminal Rodoviário de Belém. Maiores informações (91) 3246-7472.

Obs.: a volta da Ilha de Marajó para Belém ocorre às 14:30h, todos os dias.

Onde ficar?

O melhor local para se hospedar na Ilha de Marajó é em Soure, que é considerada a capital informal de Marajó, e é o local onde se concentra a maior quantidade de hospedagens.

Em Marajó, ficamos hospedados em Soure, no Casarão da Amazônia.

Este Hotel é um casarão colonial, com mais de cem anos, que foi totalmente restaurado e convertido para hospedagens. De todas as pesquisas que fizemos, ele parece ser uma das melhores opções de hospedagens em Soure. Pelo menos foi muito bem recomendado pelos que se hospedaram lá. Só tem dois pontos negativos: o valor da diária é bem alto comparado com as demais da região (em torno de R$ 250,00 a R$ 300,00), e o café da manhã é bem simples. Quando digo simples, quero dizer que não tem nada demais (só pão, bolo, dois tipos de frutas, mussarela, presunto, manteiga, suco, leite, café e tapioca). Mas em contrapartida, o hotel é muito limpo, confortável pelo que a região oferece, pessoal atencioso, dedicado e prestativo.

O restaurante do hotel é excelente! Comida super saborosa, bem feita, não são pratos caros (em torno de R$ 20,00 a R$ 30,00), e é feito na hora do pedido e de forma rápida. Experimentamos o filé marajoara, que é o prato típico do local, composto por filé de búfalo, com queijo de búfala, arroz temperado e batatas fritas. Outra opção deliciosa que é oferecida na Ilha de Marajó, é um peixe chamado Filhote. Delicioso! Experimentamos também o omelete com camarão, uma massa com um molho de camarão.

Filé Marajoara (filé de búfalo com queijo de búfala)
Filhote com salada

Meio de transporte:

O centro de Soure dá para fazer até a pé. Táxi é quase um artigo de luxo na ilha, então, é bem caro!

O que fazer em Marajó? 

Como falamos anteriormente, a Ilha de Marajó tem inúmeras atrações, dentro das quais se destaca:

– Passeio à Fazenda Bom Jesus:
Contato: Eva Abufaiad – (91) 3741-1243 e (91) 9616-6999 – email: [email protected]
Valor: R$ 75,00 por pessoa

Trata-se de um passeio imperdível a uma extensa Fazenda de propriedade da Dra. Eva, que fica cerca de 10 km do centro de Soure. O local é composto por uma natureza tipicamente selvagem: muitas represas, muita área de preservação, que é abrigo certeiro para animais como guarás, garça real, marrecos selvagens, jacarés, bicho-preguiça, búfalos selvagens e muito mais! O passeio deve ser tratado e agendado anteriormente, com a proprietária, sendo que o valor de R$ 75,00 por pessoa inclui o transporte do Centro de Soure à Fazenda, e tour guiado pela própria Dra. Eva, com possibilidade de montar em touros para fotografias, visita à Capela da Fazenda, que possui um pequeno museu sacro, e, ainda uma deliciosa degustação de produtos típicos da região (no dia, experimentamos torradinhas com manteiga de búfala, doce de leite de búfala, geleia de cupuaçu e bacuri, além de suco de graviola).

Esta é a Dra. Eva, pessoa boníssima e proprietária da Fazenda Bom Jesus

O passeio dura cerca de duas horas (é realizado por volta das 15h), e além de você fazer uma parte do passeio de carro, você também anda um pouco pelo local que é considerado um viveiro aberto de aves, onde tivemos o prazer de assistir a uma revoada com um belíssimo pôr do sol. Este passeio é ideal para crianças.

É importante frisar que neste passeio você só monta no búfalo para dar uma pequena volta guiada pelo vaqueiro, que dura menos de 2 minutos. É mais para as pessoas tirarem fotos mesmo.

– Fazenda São Jerônimo:
Contato: (91) 3741-2093 (91) 8227-0682 – email: [email protected]
Valor: R$ 50,00 por pessoa

O passeio à Fazenda São Jerônimo já não é aconselhado para crianças. Ele dura cerca de 2 horas, com saída as 11h (ou o momento ideal que a maré estiver mais alta, sendo possível o passeio de canoa pelos Igarapés). O passeio inclui caminhando em búfalos por cerca de 30 a 50 minutos, caminhada sobre as passarelas dos mangues (manguezais ou mangais como é chamado pelos nativos), caminhada pela Praia Goiabal, que é uma praia bem selvagem (foto acima), depois passamos por dentro da mata, numa caminhada de 15 minutos, e por fim, um passeio de canoa pelos Igarapés. Todo o passeio é acompanhado por um vaqueiro da Fazenda São Jerônimo.

– Praias:

Praia do Pesqueiro: fica a 12 km do Centro de Soure. Tem infra-estrutura com várias opções de restaurantes, sendo que recomendamos o Maresia Bar (da Sandra e Nelsão), comida deliciosa, e atendimento muito bom. Infelizmente, achamos a areia um pouco suja de tampinhas de garrafa, canudinho, papéis, etc.

Conforme se vê das fotos, a areia é bem socada e um pouco úmida da maré que sobe muito, e a água é bem quente, apesar de mais barrenta. Quem entrar nas águas deve tomar cuidado com as arraias, muito comum na região. Eles explicam que é bom entrar com o pé arrastando na areia. Assim, caso tenha alguma arraia, você acaba por tocá-la para outro local, ao invés de pisá-la e possivelmente ser machucado pelo ferrão.

Praia Barra Velha fica a uns 6 km do Centro de Soure, e também é conhecida pela extensão da areia, águas calmas, mas também barrenta e quente. Tem infra-estrutura com restaurantes e guarda-sol com mesas e cadeiras.

Para chegar a praia de Barra Velha, fomos de bicicleta. Quase chegando a Praia, você encontra uma porteira de uma Fazenda, onde fica um senhor “meio que vigiando” a entrada, mas nada é cobrado (a não ser uma taxa que ele fala para caso de fotografias da Fazenda, mas na praia você pode tirar normalmente, ou seja, não pagamos esta taxa.) Depois da porteira, você anda mais alguns minutos e chega em uma ponte sobre o manguezal. Se você optar por ela, andará um pouco mais no caminho conforme a foto abaixo. Ou então, você pode continuar direto pela estrada, que chegará em poucos minutos na praia, num caminho muito mais rápido. Mas o caminho sobre o mangue é mais bonito.

Praia Araruna fica ao lado de Barra Velha. É mais deserta, sem infra-estrutura.

Outros passeios recomendados que não conseguimos realizar, por não termos ido de carro: furo do Miguelão (20minutos de lancha); ruínas Jesuítas (Joanes, 25 km de Soure), Museu do Marajó (Cachoeira do Arari, 75 km de Soure).

Onde comer?

Quase todos os dias comemos no próprio restaurante do hotel, que é uma delícia! Mas fomos conhecer o famoso Delícias de Nalva, na Travessa 4, 1051 (91) 8301-0110, que tem como especialidades diversos pratos da culinária paraense. Infelizmente, ficamos sabendo que D. Nalva faleceu em 2015, e até agosto o restaurante ainda estava fechado. Uma pena! 🙁

Experimentamos o Filé à Cavalo Marajoara, que é feito de filé de Búfalo e queijo de búfala, arroz, farofa com castanha do Pará, bananas fritas e tortilha de queijo (custa R$ 60,00 e serve duas pessoas).

 

Fabiane Teixeira

Brasileira, Mineira de Belo Horizonte, 35 anos, conhece 38 países, é Advogada e Professora de Direito Civil, e nas horas vagas Viajante e Blogueira. Junto com meu Fábio vamos conhecer e te apresentar o mundo!

5 thoughts on “Dicas para visitar a Ilha de Marajó

  • 15 de setembro de 2015 em 20:15
    Permalink

    Olá, Fabi! Muito legal essa publicação de vocês sobre o Marajó, me deu saudade, fiz os mesmos passeios que vocês. Sugiro hospedagem na Pousada dos Guarás, em Salvaterra. Imperdível! De lá mesmo é possível fazer os passeios que você citou. Joanes é linda e vale à pena. A Ilha do Marajó é imensa, a maior ilha fluviomarinha do mundo, com 50.000 km², fica foz do rio Amazonas e é um dos grandes santuários ecológicos do planeta, há muito o que conhecer e qualquer tempo nunca será suficiente para percorrê-la. A Ilha é banhada também pelo Oceano Atlântico, mas o que confere essa cor barrenta às águas das praias são os sedimentos da Floresta Amazônica (troncos, folhas…) que ficam depositados no fundo dos rios e é uma característica das águas dessa região, não é sujeira, apenas característica peculiar dessas águas (mas se mergulhar de roupa branca, há grande possibilidade de sair da água com uma roupa marrom).
    Icoaraci, com toda certeza, não fica a 13 km de Belém. Apesar de pertencer a cidade de Belém, é considerada pelos moradores como outra cidade tamanha é a distância entre Icoaraci e Belém. Talvez esteja a 13km via rio (houve um tempo em que o percurso era feito por Ferry Boat), mas indo de carro deve ser mesmo a 30 km de distância.
    Deixo aqui o abraço de uma marajoara criada em Belém e moradora de Salvador. Estou adorando o blog, abraços!

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  • 24 de agosto de 2014 em 19:26
    Permalink

    Quando eu morrer, já que não vou para o Céu, quero ir pro Marajó.Djalma Bentes. Belém/PA.

    Resposta

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