Algumas informações importantes para quem deseja fazer uma Road Trip dos Estados Unidos ao Canadá

Existem muitas vantagens de realizar uma Road Trip (viagem de carro), como por exemplo, observar as belíssimas paisagens, ter a oportunidade de fotografar calmamente o local, além de conhecer culturas e locais diferentes. 
Desde que começamos a realizar nossa primeira Road Trip, tomamos um gosto enorme por este tipo de viagem, e só conseguimos ver pontos positivos! É claro que quem não gosta deste tipo de viagem, não dá simplesmente para forçar a barra e fazer. Viajar tem que ser algo prazeroso, acima de tudo. Quando viajamos para o Machu Picchu não via outra possibilidade a não ser viajar de trem de Cusco até Águas Calientes. Entretanto, apesar de ter sido muito confortável o percurso no trem Vistadome, me senti presa. Eram paisagens bonitas demais para ver e tirar uma foto rapidamente pelo vidro da janela. Eu queria curtir, sentir o cheiro, sentir o geladinho das gramas molhadas, viver mais intenso aquele momento. Mas, especialmente, neste caso, não tive escolha, pois não conseguiria jamais fazer aquela trilha inca, sob os malefícios da altitude elevada, ou melhor, não tenho qualquer experiência e preparo com trilhas. Mas se tivesse como ir de carro… 
Para a decisão de realizar uma Road Trip entre Estados Unidos e Canadá levamos em conta alguns pontos:
Tempo de duração da viagem
– Avião: levando em consideração toda aquela burocracia de táxi para aeroporto, chegar com antecedência, check in, despachar bagagens, esperar, voar, ver nuvens, retirar bagagens, pegar táxi. Isso tem me cansado muito! Cansado e estressado. Gastaríamos em torno de 4 a 5 horas com este processo, no mínimo.
Trem: em torno de 5 horas por trecho, no mínimo, levando em consideração toda a burocracia de táxi para estação, táxi para hotel, etc.
Carro: o maior trecho seria em torno de 8 horas. Mas poderíamos fracioná-lo, com paradas de 2 em 2 horas, ou aproveitar um almoço em alguma cidade estratégica.
Valores: 
Avião: as passagens estavam bem caras;
Trem: o bilhete por trecho era caríssimo;
Carro: diária de carro nos Estados Unidos é bem em conta, assim como o combustível. 
A decisão foi tomada de fazer todo o roteiro de carro. 
Dica: Existe uma taxa exorbitante de devolução do veículo em outro País. E como alugamos o veículo nos Estados Unidos, devolvemos também nos Estados Unidos, entretanto, em aeroporto distinto (que também tem uma taxa extra para devolução em aeroporto distinto, mas nem tão cara como a de entrega em outro país).
Mas como é atravessar a barreira dos Estados Unidos e Canadá de carro? (Legalmente!!!)
Claro que você tem que estar com todos os documentos legais de entrada em ambos países, que é o passaporte com visto válido
Já possuíamos o Visto Americano, e requeremos o Visto Canadense quatro meses antes da viagem, que é bastante burocrático. Meu pedido foi realizado através da Rubi Operadora de Turismo, que é uma empresa muita séria, além de ser especialista em vistos canadenses. Depois de termos todas as orientações, encaminhamos os documentos por Sedex, realizamos o pagamento das taxas, e no prazo de mais ou menos um mês, recebemos a resposta da concessão do Visto. Não vou dar maiores informações sobre o Visto Canadense, pois este tipo de serviço costuma mudar sempre. Então, para não ficar desatualizado o post, sugiro que as informações sejam retiradas do próprio site do requerimento. Acesse aqui
Além do Passaporte com Visto Americano e Canadense, estávamos ainda com a PID – Permissão Internacional para Dirigir, Carteira de Motorista, Contrato de Locação do Carro nos Estados Unidos, além de todas as reservas de hotéis impressas, inclusive o bilhete de retorno para o Brasil.

Ponte antes da Fronteira do Canadá, em Sarnia.

 Já na Fronteira dos Estados Unidos com o Canadá:

Eu pensei que, por estarmos atravessando a fronteira do País, seria mais burocrático que a chegada na imigração em aeroportos. Mas tudo foi da mesma forma, mesmas perguntas, e necessidade de comprovação da legalidade dos documentos. Como estava tudo legal em nossa documentação, nossa entrevista não durou cerca de 3 minutos. E como já relatamos anteriormente, ficamos impressionados com a educação do Policial Canadense que nos entrevistou. 
No retorno para os Estados Unidos, tivemos o mesmo procedimento, e o mesmo tempo de entrevista.

Conclusão: vale muito a pena! É uma experiência única! É super divertido e a gente não perdeu nenhum segundo sequer da nossa Road Trip pelos EUA e Canadá!

Hoje, revendo as fotos da viagem, que totalizaram mais de 4mil, estou contando os segundos para realizar o lado Oeste, que terá um super roteiro, iniciando também nos EUA. Mas até lá, muuuuuuita água vai passar debaixo da ponte (ou melhor, muitas outras viagens especiais vão acontecer!).

Um pouco sobre Chicago, Illinois, Estados Unidos

Não é fácil descrever a terceira maior cidade dos Estados Unidos. Mas para entenderem a intensidade do nosso relacionamento com Chicago, posso afirmar que é um dos poucos lugares que voltaremos um dia. Há um nítido contraste entre prédios de arquitetura antiga e os arranha-céus modernos, de vidro ou espelhado. É uma metrópole encantadora, e a casa do Chicago Bulls.

Quando ir?
Chicago, conhecida como a cidade do vento, é uma cidade mais fria. Mas como possui clima temperado continental, as estações são bem definidas. Para se ter ideia, visitamos Chicago em Abril, que já era primavera. Entretanto, o vento frio nos acompanhou em praticamente todos os dias. O inverno tem temperatura de até -5°, ou mais. Já no verão, não passa de 23º. 
Quanto tempo ficar? 
No mínimo 5 dias para conhecer os pontos essenciais de Chicago. 
Onde se Hospedar?
Ficamos hospedados em Downtown, em plena Michigan Avenue. E foi muito fácil nos locomovermos a pé mesmo, sem nenhum grande desgaste, nem tampouco utilizar metrô, carro ou ônibus. Se o Hotel escolhido estiver dentro da área do quadrado vermelho, conforme mapa abaixo, é uma boa escolha:
Nossa sugestão de hospedagem é no Congress Plaza Hotel, localizado na 520 South Michagan Avenue, com diárias a partir de 194 dólares. Excelente localização, custo-benefício, limpo e, apesar de ser não ser um hotel novo, é muito confortável. O único ponto negativo é que não possui wi-fi gratuito para hospedes, e o valor é bem salgado, em torno de 10 dólares ao dia.

O que fazer?
Existe uma infinidade de atrações na Cidade. Mas vamos passar apenas as que mais nos interessou. Então, infelizmente, não comentaremos alguns pontos turísticos, já que não os visitamos. 
Begin Route 66 
Qualidade do programa: Bom
Chicago é bem conhecido por ser o início da legendária Rota 66, e nada melhor que começar seu passeio pelo marco zero da Rota, que fica entre a Michigan Avenue e Jackson Boulevard. Na Jackson Blvd, você encontra até mesmo as antigas placas, como a que registramos abaixo:

Lou Mitchell Restaurant
Qualidade do programa: Ótimo.
E se você quiser um feeling dos anos 1940 da Rota 66, visite o Restaurante Lou Mitchell, que é famoso pela primeira parada disponível para os que iniciavam a jornada para o Pacífico. O restaurante conserva tudo desde a época de sua criação, como o letreiro neon, o balcão e as cadeiras. Vale a pena viver esta nostalgia, e comer ou um suculento omelete, ou um delicioso waffle.
565 W Jackson Blvd – Chicago, IL.

SkyDeck de Chicago (no edifício Willis Tower, antiga Sears Tower)
Qualidade do programa: Ótimo.
É o maior prédio do ocidente e conta com 4 sacadas de vidro a 103 andares do chão. Além dessa atração, que gera filas, tem o observatório que possibilita uma visão espetacular de Chicago, em 360º. 
Valor do ingresso para adulto: 28 dólares
Endereço: 233 South Wacker Drive, Chicago, IL (Entre pela Washington Blvd)
Horário de funcionamento: confira no site.
Site do local: http://theskydeck.com/

Veja o SkyDeck nesta imagem

John Hancock Observatory
Qualidade do programa: Ótimo.
Na nossa opinião, a melhor vista de Chicago! E coincidiu que nossa visita foi em um dia estupendo de lindo! Era possível observar os diversos tons de azul no céu. Boa oportunidade, também, para tomar um delicioso café, na cafeteria mais alta dos Estados Unidos.
Valor do Ingresso para adulto: 15 dólares
Endereço: 875 North Michigan Avenue, Chicago, IL.
Horário de funcionamento: diariamente, de 09h às 23h.
Site do local: http://jhochicago.com

Assista a uma partida de basquete do Chicago Bulls:
Qualidade do programa: Ótimo.
Além de ser muito divertido um jogo de basquete, nada melhor que assistir a uma partida do famoso Chicago Bulls. Veja neste site os próximos jogos, e adquira seu ingresso antes da viagem. Como fomos direcionados para o site da TicketMaster, que solicita um endereço nos Estados Unidos para entrega dos tickets, mas não tivemos qualquer problema. Basta imprimir o ticket/email da compra, e chegar uma hora antes do jogo, apresentando passaporte e cartões de crédito, e eles te entregam os tickets. 

– Faça um passeio descompromissadamente pelo Grant Park:
Qualidade do programa: Bom
É um parque delicioso em Chicago, com 319 hectares de muita área verde, área para caminhada, etc. Nele ficam estabelecidas grandes atrações em Chicago, como o Art Institute e o Millenium Park. Ele margeia o Rio Michigan, em contraste com os belíssimos prédios da Cidade. 

Cloud Gate
Qualidade do programa: Bom
É um monumento enorme, em aço polido, no formato de um grão de feijão. Belíssima escultura localizado no Millenium Park. 

Crown Foutain:
Qualidade do programa: Bom
Ao lado do Cloud Gate, representa duas telas de 15 metros de altura cada, nas quais ficam refletindo imagens de cidadãos de Chicago. Bem interessante.
 – Navy Pier:
Qualidade do programa: Ótimo
Lugar delicioso de entretenimento. Muitos restaurantes, bares, lojinhas, etc… Além de ser ponto de partida para os passeios de barcos pelos rio Chicago. E é onde fica nosso queridinho Bubba Gump:

Passeio de Barco pelo Chicago River:
Qualidade do programa: Médio
Fizemos este passeio, mas realmente não sei se faria de novo. Na verdade, é um passeio legal que mostra grande parte da cidade. Entretanto, achei caro demais para ser por uma hora: em torno de 35 dólares por pessoa, sem nada além. E ainda, tem o fato de que na época em que fomos, o frio estava insuportável. Então, como sou muito friorenta, o passeio não teve a menor graça para mim, que comecei a sentir dores físicas e consequentemente fiquei bastante irritada. Mas pode ser uma boa ideia nos verões de Chicago. Obs: no Navy Pier você encontra vários guichês que oferecem este passeio.

Sheed Aquarium:
Qualidade do programa: Médio.
A criançada vai amar! Bom passeio para acompanhar 32.500 animais de vida aquática, incluindo um belíssimo aquário de águas-vivas. Para quem já visitou os shows aquáticos do SeaWorld, ou Miami Seaquarium, o show do Sheed Aquarium é bem fraco. Mas crianças vibram com os golfinhos e focas fazendo gracinhas dentro da água.
Valor do Ingresso: A partir de 28 dólares para adultos
Endereço: 1200 South Shore Drive, Chicago, IL.
Horário de funcionamento: confira no site.

Field Museum:
Qualidade do programa: Médio.
Em torno de 26milhões de artefatos, incluindo a Sue, o esqueleto do maior e mais completo tiranossauro rex  já encontrado, além de uma área com 23 múmias na ala do Egito, que eu adorei! Muito bacana, mas você gastará no mínimo 3 horas para visitá-lo.
Endereço: 1400 South Lake Shore Drive, Chicago, IL.
Valor do ingresso por adulto: a partir de 23 dólares, pois tem outras atrações pagas à parte.
Horário de funcionamento: conferir no site http://fieldmuseum.org/

Art Institute of Chicago:
Qualidade do programa: Médio.
Somente para os amantes de artes! Pois se trata do maior acervo de arte dos Estados Unidos. 
Endereço: 111 South Michigan Avenue
Valor dos ingressos para adultos: a partir de 23 dólares
City Pass Chicago: vale a pena?
O CityPass Chicago inclui 5 atrações: Sheed Aquarium, Skydeck Chicago (Willis Tower), The Field Museum, Museum of Science and Industry ou John Hancock Observatory, Adler  Planetarium ou Art Institute of Chicago, pelo valor de 94 dólares adulto. Se você for visitar todas as atrações que dispõe o City Pass vale a pena, pois os valores individuais vão ultrapassar o valor do ingresso. 
Outra vantagem é que, com o CityPass, você tem acesso direto às atrações. Ou seja, não precisa enfrentar gigantescas filas! Observei isso no SkyDeck que tinha uma fila enorme, ganhamos, no mínimo, uns 40 minutos com o CityPass. 
Onde comprar em Chicago?
Na própria Michigan Avenue, logo abaixo do John Hancock, encontra-se o Magnificent Mile, que abriga as melhores lojas da cidade, além dos melhores restaurantes da cidade. Você encontrará lojas como BestBuy, Apple, Victoria´s Secret, Louis Vuitton e outras. É onde se concentra a maior região de compras da cidade.
E para os bons descontos, nada melhor que o Chicago Premium Outlet, que fica na cidade de Aurora (aproximadamente 45min/1h de Chicago). Acesse aqui.

Sugestão de Leitura: Livre

Sempre cultivei a leitura, e atualmente, tenho lido muito (frisa-se, muito mesmo!). Prefiro passar uma hora com um bom livro, a passar uma hora na Internet. E juntando o útil ao agradável, tenho gostado muito de ler livros sobre relatos de viagens, nos quais o viajante/autor compartilha tudo o que viveu, repassando realmente o que aprendeu com a sua viagem.
E neste embalo, li o livro Livre, da autora Americana Cheryl Strayed (Título original Wild), lançado em Abril, aqui no Brasil, que é bastante pertinente para compartilhar no dia de hoje, em que comemoramos o Dia das Mães.

 

O livro conta a história real de Cheryl Strayed, uma americana de 22 anos que viu sua vida despedaçar depois da morte de sua mãe. Aos 26 anos, recém-divorciada, família distanciada, deixou seu emprego de garçonete, e decidiu caminhar por 1.770km pela Pacific Crest Trail (PCT), uma trilha que atravessa a costa oeste dos Estados Unidos, e vai do deserto de Mojove, através da Califórnia e do Oregon, em direção ao Estado de Washington. Detalhe: sozinha e sem qualquer experiência em grandes caminhadas.
Para entendermos o motivo que a levou a realizar esta trilha, ela compartilha de uma maneira muito emotiva como sua mãe, de 45 anos, vegetariana e hábitos saudáveis, foi diagnosticada com câncer no pulmão, falecendo depois de 49 dias da descoberta e de viver muito sofrimento.
Ela chama sua mãe de “minha grande heroína”, e me emocionou muito compartilhando a intensidade em que viveu os últimos dias de vida de sua mãe.
“Minha caminhada solitária de três meses pela costa oeste dos Estados Unidos teve muitos começos. Houve a primeira e a repentina decisão de fazer a trilha, seguida pela segunda decisão, mais séria, de realmente fazer e então o longo terceiro começo, composto de semanas de compras, empacotamento e preparação. (…) Fazê-la, apesar de tudo. Apesar de ursos, das cascáveis e das fezes dos pumas que nunca vi; das bolhas e cascas de feridas, dos arranhões e machucados. Da exaustão e da privação; do frio e do calor; da fome; do orgulho e dos fantasmas que me assombravam enquanto caminhava sozinha por 1.770 quilômetros do deserto de Mojove até o Estado de Washington. Por fim, uma vez que caminhei todos aqueles quilômetros durante todos aqueles dias, houve a percepção de que o que eu achava ser o começo não tinha sido de fato o começo. Na realidade, minha caminhada não começou quando tomei a repentina decisão de fazê-la. Começou antes de eu sequer imaginar fazê-la, mais precisamente quatro anos, sete meses e três dias antes, quando estava em um pequeno quarto da Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota, e soube que minha mãe ia morrer.”
Livre é uma história de sobrevivência e redenção: um retrato pungente do que a vida tem de pior e, acima de tudo, de melhor.

 

Confesso que fiquei com vontade de fazer uma trilha, longe desta relatada pela Cheryl. Mas dessas de mochila nas costas, dormir em barraca, ter medo de bicho (não de ursos, pumas e cascáveis) lugar bonito de cenário, e claro, ao lado do Fábio, meu companheiro inseparável!! E assim viver um tipo diferente de viajar!

Por que não?

***Imagens do Perfil da Autora em rede social. Veja nosso post sobre o Crater Lake aqui.

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