Conhecendo uma das estradas mais cênicas do mundo: a Highway 1, na California/EUA

 

Bixby Creek Bridge
A maioria dos leitores que vem aqui no Blog sabe o quanto nós amamos uma road trip, especialmente se a estrada for de perder o fôlego, como é a Highway 1, Hwy 1, localizada entre São Francisco e Los Angeles, na Califórnia. E quando decidimos fazer nossa road trip pela Costa Oeste dos Estados Unidos, a gente teve certeza de que seria uma excelente oportunidade para conhecer esta estrada tão falada bem como sua região.
E assim, fizemos este trajeto cometendo dois erros, cujos quais compartilhamos com vocês para não cometerem o mesmo. Afinal, compartilhamos nossas Viagens, e nossas Vivências, não é mesmo?

A Highway 1, ou Pacific Coast Highway, ou Route1, ou em alguns pontos Cabrillo Hwy, é uma das mais extensas estradas costeiras dos Estados Unidos, que segue rente ao Oceano Pacífico, e é considerada uma das mais bonitas do mundo. Ao todo, ela tem mais de 400 milhas, mas o trecho mais conhecido e bonito (na nossa opinião e na de muitos outros) é na região conhecida como Big Sur.
Pôr do Sol em Pfeiffer Beach, Big Sur
Mas antes de você escolher as datas, reservar qualquer hotel, ou confeccionar o roteiro, você precisa ter algumas informações básicas sobre a Highway:
Como dá para ver do mapa abaixo, a estrada se estende por um grande trecho da Costa Oeste dos Estados Unidos, e quase sempre seguindo a margem do Oceano Pacífico, em pouquíssimos trechos ela se afasta para se encontrar logo adiante.
– Quando ir?
Escolha conhecer a região entre o final da primavera, verão e começo do outono (de junho a outubro). No Hemisfério Norte, a partir do outono até o inverno, os dias são muito curtos. No inverno, o sol se põe por volta das 16h (4pm). Já no verão, o sol se põe bem mais tarde. Tem lugares que o sol se põe por volta das 21h (9pm).
Infelizmente, nossa viagem foi em meados de novembro (final de outono), e por isso, o sol se punha por volta das 16h/16:30h. E outro ponto negativo, era o vento frio. Até que durante o dia, e com sol, dava para suportar, mas depois que o sol se põe, fica difícil se manter fora do carro ou de ambientes fechados.
Viajar no outono e inverno tem o benefício das belíssimas paisagens! Mas tem que ter ciência de que os dias serão bem mais curtos, motivo pelo qual dá para aproveitar bem menos.
– Quanto tempo destinar à Highway 1?
Segundo ponto que erramos: como a Highway 1 é uma estrada, pensamos que seria mais que suficiente deixar um dia para este trajeto (em torno de 470 milhas). Assim, em torno de 12 horas de viagem a gente pararia nos principais pontos para curtir um pouco, tirar fotos… Erradíssimo!!!! Isso foi a maior loucura da nossa vida!

O nosso dia acabou às 16h, quando o sol se pôs. E dirigir naquela estrada, cheia de curva, com um penhasco a sua direita banhado pelo Pacífico, não tem qualquer graça! E confessamos que o final foi bem trash! De noite, curvas e mais curvas… quando saímos da Hwy1 foi um verdadeiro alívio. E não era para ser assim. Era para a gente ter curtido muito todo o trajeto. O começo e meio foram ótimos! Mas o fim….

Para não passar por isso, faça a Highway 1 em, pelo menos, 3 dias, colocando dois pontos para pernoitar (a menos que você queira curtir mais tempo a charmosa Carmel by the sea, ou Solvang.
– Como ir? 
O bacana desta viagem é realmente dirigir pela Highway 1. Então, alugar um carro pode ser uma das melhores opções! Dirija com os vidros abertos, curtindo uma playlist (na época que fomos, a música da Lorde – Royals estava bombando nas rádios! E ela foi nossa trilha sonora!) e sem preocupação alguma. Sua preocupação deve ser: você, o carro e a estrada!
Mas algumas empresas oferecem este tour, seja privado ou seja para mais pessoas em datas pré-determinadas. Nós indicamos a querida Mônica do Guia California, que faz além deste, outros passeios em Los Angeles, San Diego e São Francisco. Ela trabalha com receptivo para brasileiros na região há 27 anos e é muito requisitada (contato: [email protected] – Whatsapp: 1 626 8220027 – Instagram: @guiacalifornia).
Vimos muitas pessoas também fazendo o trajeto de bicicleta! Se alguém já tiver feito, conte para a gente nos comentários abaixo como foi a experiência!
– Qual a direção/sentido seguir?
O melhor sentido para seguir é de São Francisco para Los Angeles. A paisagem é a mesma! Mas neste sentido, fica mais fácil estacionar o veículo nos diversos mirantes espalhados pelo caminho. Estes mirantes estão quase todos à direita da pista, e mesmo que a gente conte aqui onde são os melhores pontos, estando à direita da pista fica mais fácil uma parada repentina!
– Quais os pontos escolher para pernoitar?
Escolher duas cidades para pernoitar neste percurso é suficiente. Tem gente que gosta de fazer três paradas. Seguem três sugestões de roteiros com pernoite em dois e um pontos:
Primeira Opção para explorar a região:
  • Dia 1: Saída de São Francisco com destino a Monterey para pernoite. Você pode pernoitar em Monterey (Veja as opções de hospedagens neste link) – 123 milhas (em torno de 2h30min);
  • Dia 2: Saída de Monterey com destino a São Luis Obispo para pernoite, passando pela 17 Mile Drives, Big Sur (Veja opções de hospedagens aqui) – 141 milhas (em torno de 2h16min);
  • Dia 3: Saída de São Luís Obispo com destino a Los Angeles, parando em Solvang, uma cidadezinha que lembra a Dinamarca em plena California (66.8 milhas, 1h5min).

Segunda Opção:

  • Dia 1: Saída de São Francisco com destino a Carmel by the Sea (veja opções de hospedagens neste link) – 126 milhas, 2h7min;
  • Dia 2: Saída de Carmel by the Sea com destino a Solvang (veja opções de hospedagens aqui), 210 milhas, 3h22min.
Terceira Opção:
  • Ficar hospedado na região de Big Sur, no Ventana Inn & SPA pode ser uma excelente ideia! Nós não ficamos hospedados neste hotel, mas as fotos são de babar, é típico de Lua de Mel, com preços mais salgados! Se alguém já ficou hospedado nele, conte para a gente nos comentários (156 milhas, 2h57min).
Foto Divulgação do Hotel no Booking.com
Nosso Roteiro de um dia pela Highway 1 (lembre-se que foi muito corrido e não vale a pena fazer isso que a gente fez!!!):
– Saímos bem cedo de São Francisco, e colocamos no GPS a cidade Pacifica (Pacif Coast Highway, Pacifica, CA), que dá mais ou menos 20,1 milhas de São Francisco. Se você colocar o endereço da cidade de Monterey, por exemplo, o GPS vai traçar a rota interna, e você não vai passar por grande parte da Hwy1. Fique atento!
– Como falamos anteriormente, a rota possui muitos mirantes! E sinceramente, a vontade era de parar em todos os mirantes! Nossa primeira parada foi em Montara State Beach (que fica ao lado de Half Moon Bay), que por ter ondas mais fortes, é bem procurada por surfistas.

 

 

Praia vazia devido à época do ano (final do outono, começo de inverno! Águas ainda mais geladas!)
– Um pouco mais adiante, encontramos outro mirante no qual paramos para mais alguns fotinhos, em Bean Hollon State Park, Esta já é uma praia para piqueniques, ou observar alguns animais marinhos, como estrelas do mar, anêmonas e ouriços que ficam nas piscinas naturais formadas por ali. Mas não é uma praia boa para o banho. O mar é muito forte e gelado (Pacífico!), o que torna o banho muito perigoso e arriscado.
E bem perto dali, na verdade a gente nem esperava ver este ponto, porque não colocamos em nosso roteiro, encontramos o Pigeon Point Ligthouse, um farol aceso pela primeira vez, em 1872 (desde 2010 está fechado para reforma, então para saber se a reforma foi liberada no dia da sua visita, acesse aqui). Além da possibilidade de um tour na área do farol (quinta a segunda-feira, das 10h às 16h, existe também uma pequena praia e um Hostel instalado no próprio local do farol, para aqueles que desejarem pernoitar (Pigeon Point Hostel), já pensou em se hospedar em um Hostel assim? Pois é! Ele é bem concorrido, então garanta sua estadia com antecedência.
O Farol e o Hostel (casinhas).
E a Highway 1 continua sempre às margens do Oceano Pacífico. Em apenas alguns poucos pontos, ela se distancia do mar, voltando a se encontrar logo a frente.

– Nossa próxima parada foi em Monterey, apesar de que vale muito a pena uma parada em Santa Cruz, que é um pouco antes. Mas como acabamos curtindo mais do que deveríamos dessa primeira parte, tivemos que acelerar ainda mais para pegar os outros pontos.

Monterey, além de ser uma cidade muito agradável, tem um dos Aquários mais visitados dos Estados Unidos, o Monterey Bay Aquarium (886, Cannery Row). Se você comprar o City Pass São Francisco, você terá direito a entrada.
Foto Divulgação do Aquário

 

Foto Divulgação do Aquário
O Aquário é famoso pela diversidade dos animais, como estrelas-do-mar gigantes, atuns de até 350 quilos, tubarões martelos, águas vivas fluorescentes, e ainda poderá ver os instrutores alimentando os carismáticos pinguins. É uma diversão garantida para crianças e adultos!
Ainda em Monterey, para quem é fã do Bubba Gump, na cidade também tem uma franquia da rede.

 

 

Lovers Point Park
– Saindo de Monterey não coloque o GPS para Carmel by the Sea. Passe antes na 17 Miles Drive, que é uma estrada belíssima dentro de uma pequena cidade chamada Pacific Grove. Você vai pagar um pedágio de uns 10 dólares (nós pagamos em novembro/13, o valor de 9.75$) e sua entrada será permitida.
A estrada tem exatamente a extensão do nome: 17 miles, ou 27 km! E é uma estrada que passa por lugares belíssimos, além de mansões, mirantes, campo de golf! Realmente é um estrada cênica! E vale muito a pena incluí-la no roteiro.
Bird Point: nem foto consegue demonstrar o que é este lugar! Os pontinhos tanto na água quanto nas pedras são aves.

 

 

Muitas árvores Cypress, típicas da região.

 

A árvore cercada, Lone Cypress, é uma das mais famosas e fotogênicas da região.
Nós tivemos muita sorte em não pegar um típico nevoeiro que se põe na região (em inglês, chama-se Fog). Apesar de o tempo estar mais frio, estava bem limpa a região e não estávamos no ver. Isso porque a 17 Mile Drive fica em uma Península (Monterey Peninsula).
Só em 17 Mile Drive a gente ficou bastante tempo, por mais de uma hora! Daí percebe-se que não dá para fazer este trajeto em um único dia.
– As pessoas costumam pernoitar em Carmel By The Sea, ou pelo menos almoçar… mas a gente errou feio em não dividir este trajeto em três partes, e ficou super corrido quando chegamos neste momento da viagem. Mesmo apaixonados com o que tínhamos visto até ali, tínhamos consciência que o melhor ainda estava por vir, que era a Região de Big Sur.
Então, infelizmente, em Carmel a gente praticamente passou e fomos direto para o começo de Big Sur.
–  Logo depois de Carmel, você passará pelo “Point Lobos State Reserve“, que é um lugar ideal para fugir do estresse do mundo para a tranquilidade e serenidade da natureza. Vejam fotos neste link.
– Se tiver oportunidade, almoce no restaurante chamado Rocky Point Restaurant. Era nossa pretensão, mas infelizmente não foi possível cumprir esta parte do roteiro, porque queríamos pegar a Pfeiffer Beach (onde tem a pedra furada) e a famosa cachoeira (McWay Falls) que deságua no mar  e está localizada no Julia Pfeiffer Burns State Park antes do pôr do sol (os dois locais fecham 30 minutos depois do pôr do sol).
Neste trajeto você verá muitos mirantes maravilhosos da região de Big Sur. E por falar em Big Sur, quando confeccionávamos nosso roteiro, vimos alguém dizer que Big Sur é mais que uma região física, é um estado de espírito. E parece ser isso mesmo! Indescritível!
– Em meio a muitos mirantes, na foto acima dá para ver como são os Mirantes (veja no lado inferior direito da foto, é uma entrada de terra onde pode estacionar para tirar fotos e admirar o local), seguimos para o primeiro ponto de parada na Big Sur, a Bixby Creek Bridge.
A Bixby Creek Bridge, ou apenas Bixby Bridge, foi inaugurada em 1932, tem 7 metros de largura, 85 de altura, e 98 de extensão. E realmente sua construção impressiona! Já de longe é possível avistá-la e parar para algumas fotos. Tente fotografá-la dos dois lados, tanto do lado direito, como do lado esquerdo.

 

 

E do outro lado:

 

– Depois de Bixby Bridge, nossa concentração foi para chegar a tempo de pelo menos assistir ao pôr do sol em Pfeiffer Beach. Até que daria para a gente ver a cachoeira que deságua no mar, se não fosse o pôr do sol às por volta das 16h, e o parque segue este horário (abre meia hora antes do nascer do sol, e fecha meia hora depois).

 

Esta parte da estrada tem que ficar bem atento, porque a entrada é um pouco escondida, além de ser em uma estrada bem à diagonal. Logo depois que passar pela Big Sur Station, você verá a placa abaixo, e deverá entrar à direita, seguindo por uma estrada chamada Sycamore Canyon Rd, até o estacionamento do Parque.

 

Você chegará em um ponto, que um empregado do parque cobrará pelo estacionamento, em torno de 5 dólares por carro. E então, é só seguir um pouquinho a pé, e chega-se a este ponto da foto abaixo:

 

 

A pedra acima é famosa durante o pôr do sol, que entra um feixe de luz por esta porta, dando um efeito maravilhoso da paisagem.

 

 

 

 

E como falamos desde o começo deste post, nossa viagem pela Highway 1, acabou com o pôr do sol! Infelizmente, depois da Pfeiffer Beach, não foi possível ver mais nenhuma paisagem, porque logo ficou escuro, e com a estrada cheia de curvas, o nosso único desejo era chegar em Los Angeles.

– Não deixe de passar na Julia Pfeiffer Burns State Park, que tem a Cachoeira McWay, conhecida por desaguar no mar. Não é possível mergulhar nela, mas a visão, por si só, já é o ponto alto da visita.

Foto do Wikipedia

E vocês? Tem alguma informação útil para compartilhar conosco sobre a Highway 1? Coloque nos comentários abaixo sua experiência, enriquecendo assim o nosso post e contribuindo nas dicas para outros viajantes!

Não se esqueça de incluir no seu roteiro as cidades de São Luis Obispo e Solvang. Infelizmente não conseguimos visitá-las! Boa oportunidade para voltar! 🙂

 

31 dias em Nova York: Chinatown e Little Italy

No roteiro de hoje, compartilharemos nossa experiência de um dia pelas regiões de Chinatown e Little Italy, terminando com a travessia a pé pela Manhattan Bridge, até o Brooklyn.
Chinatown localiza-se na região conhecida como “Lower East Side”, com 3,2 km quadrados, população estimada em 150 mil pessoas, composto principalmente por imigrantes chineses, e nos últimos anos também por vietnamitas, dominicanos e porto-riquenhos, além de outras nacionalidades.
É delimitada pelas ruas Kenmore e Delancey ao norte, Worth ao sul, Allen ao leste e Broadway ao oeste.
Chinatown e Little Italy no mapa:

 

Como de costume, algumas informações e curiosidades sobre Chinatown:

  • O primeiro imigrante chinês de Chinatown foi Ah Ken, que chegou em Nova York em 1858 e fundou uma bem-sucedida tabacaria em Park Row;
  • A “Chinatown de Manhattan” é um dos 9 “Chinatowns” de Nova York, e um dos 12 da região metropolitana da cidade;
  • Embora o “Mandarin” seja a língua oficial chinesa, apenas 10% dos residentes e comerciantes de Chinatown/Manhattan tem o Mandarin como primeira língua;
  • Décadas atrás, Chinatown era conhecido por seus cortiços sujos e desorganizados. A partir de 2007, alguns condomínios de luxo começaram a aparecer a partir do Soho em direção a Chinatown, modificando significativamente o visual do local.
Pois bem… Andar pelas ruas de Chinatown é realmente uma experiência diferente e marcante.

A sensação é que você não está apenas num país diferente em plena Nova York, mas num continente inusitado, com suas ruas lotadas de barracas com alimentos exóticos (enguias vivas e melancias quadradas são alguns exemplos), lojas de jóias, perfumes, roupas e bugigangas para todo lado.Impressionante também a quantidade de restaurantes de comidas típicas, e me arrisco a dizer que é possível degustar a gastronomia de todas as províncias chinesas nesse pequeno território ao sul de Manhattan.Por qual estação de Metrô chegar?

A estação de metrô mais fácil para conhecer a região é a Canal St (Linha amarela N ou R) ou linha verde.A Canal St é a principalmente rua de Chinatown e a mais turística, e de cara nos deparamos com um.. Mc Donald’s, “Made in China”, em plena Nova York!
Mc Donald’s Made in China – Em plena Nova York!!

É fácil notar que os estabelecimentos por ali são identificados tanto em mandarin quanto na língua inglesa, e é fácil constatar também que boa parte, senão a maioria dos comerciantes, transeuntes não turistas e moradores da região, se comunica também em mandarin… Só para relembrar: estamos em plena Nova York!! Amazing!!

Não se deixe enganar pelos preços baixos de roupas “de grife” e perfumes da moda: Chinatown é o paraíso das falsificações e é muito comum a realização de batidas policiais.
Caminhe sem pressa pela Canal St e delicie-se um pouco pelo mundo oriental nova-iorquino. O mais bacana é a imersão pelas ruas adjacentes, onde recomendamos a Baxter St, Mulberry St e Motty St, sempre sentido Manhattan Bridge.
Chinatown e os típicos ônibus amarelos escolares americanos
As cores e a cultura chinesa presentes em Chinatown
Nossa sugestão: caminhe sem roteiro pré-definido pelos 12 quarteirões de Chinatown, e se a finalidade da sua viagem for aprimorar o inglês, como era o nosso caso, entre nas inúmeras lojas de bugigangas e converse com vendedores e funcionários com seu sotaque inconfundível, deguste as carnes e peixes que são vendidos às pencas, conheça as casas funerárias asiáticas da Mulberry St (imersão é isso!!) e entre rapidamente no parque Columbus (é até possível assistir uma partida de futebol por lá, se der sorte… Acredite!!)

 

Imersão total

 

Apple e Hollywood presentes em Chinatown
Depois de mais de uma hora de caminhada e imersão total pelas ruas adjacentes à Canal St, uma pequena pausa: Little Italy, composta por exatos 3 quarteirões, conhecido pela quantidade de italianos que ali residem e trabalham, além de suas lojas, cafés e restaurantes típicos.
Little Italy foi também a inspiração para o livro “The Godfather” e seus três filmes (impossível não lembrar da família Corleone, não é mesmo?)
No mapa de Nova York, é fácil delimitar esse pequeno pedaço da Itália em plena Big Apple, pois fica a leste do Tribeca e Soho (faremos posts a respeito), norte de Chinatown, oeste do Bowery e Lower East Side e ao sul de Nolita.
Welcome to Little Italy
Separe pelo menos uma hora para Little Italy, começando pela Mulberry St., esquina com Canal St. e aproveite para degustar pizzas, lasanhas e massas em geral, canolli de queijo, e, claro, uma ótima tábua de frios acompanhada de um excelente vinho italiano.
Dica imperdível: anote o endereço 247 Mulberry St! Trata-se do antigo “Ravenite Social Club”, onde a máfia chefiada por John Gotti se reunia periodicamente, até sua prisão em 1990.
Hoje é apenas uma loja com fachada de tijolos ocupada por uma boutique de calçados. Aproveite para muitas fotos nesse ambiente aconchegante e colorido.

 

 

Aproveite para experimentar o Canolli de queijo do “Caffe Roma Pastry“, na esquina da Mulberry St com Grand St. (385. Broome St Suite A).
Fantástico!!
Caminhe pela Grand St, sentido Bowery St,, para um retorno estratégico a Chinatown, e você conseguirá visualizar a partir da Mott St uma mistura entre os dois bairros.
É possível visualizar lado a lado prédios com arquitetura chinesa e italiana convivendo em perfeita harmonia, bem como as cores, língua, cultura, além, é claro, de italianos, chineses, brasileiros, americanos e pessoas de nacionalidades diversas.
Uma verdadeira torre de Babel…

 

 

 

Não deixe de caminhar pelo “quadrado” que envolve a Mott St, Bayard St, Elisabeth St e Bowery, já no final do bairro, sempre sentido Manhattan Bridge, e se delicie com a verdadeira China em plena Nova York: arquitetura, gastronomia, cultura, lojas, especiarias, restaurantes…

 

Na foto abaixo, um pouco da Little Italy misturada com Chinatown. Vê-se a oferta de produtos Italianos na Di Palo, e o reflexos do mundo chinês do outro lado da rua.
China? Itália? NÃO! Nova York!!

 

 

 

Praticamente no início da Manhattan Bridge (133 Canal St), não deixe de visitar o “Mahayana Buddhist Temple“, o maior templo budista de Nova York, devidamente guardado por leões dourados.
No seu interior, uma estátua gigante de um Buda, rodeado de quadros que retratam eventos cruciais da vida do místico indiano.

Enfim, a última parte do nosso passeio: a travessia a pé pela Manhattan Bridge, a famosa ponte suspensa que cruza o East River, ligando Lower Manhattan pela Canal St ao Brooklyn pela Flatbush Avenue, com seus 2.089 metros de comprimento, sendo uma das 4 pontes de ligação pelo East River (Queensboro, Brooklyn e Williamburg são as outras).

Durante a caminhada é possível visualizar a região de Chinatown de forma privilegiada, além de um “skyline” sensacional da região de Manhattan, onde destacamos a Brooklyn Bridge e o One World Trade Center.
Início da travessia da Manhattan Bridge

 

Vista de Chinatown do alto da Manhattan Bridge

 

Seria um brasileiro o autor dessa singela mensagem?

 

Simplesmente “Chinatown”

 

Vista privilegiada de Downtown do alto da Manhattan Bridge

 

Downtown no final do dia – Vista do alto da Manhattan Bridge

Ao final da travessia, seja Bem-Vindo à região de “Downtown Brooklyn”…

Mas isso já é uma outra história…
Por Fábio Almeida

 

31 dias em Nova York: Um dia em Staten Island

Hoje vamos falar um pouco sobre o “borough” menos badalado, às vezes chamado “the forgotten borough” de Nova York: Staten Island.

Grande parte dos turistas e viajantes que visitam a Big Apple, principalmente os marinheiros de primeira viagem, geralmente começam e terminam seu roteiro por Manhattan (foi assim com a gente!!). Em um segundo momento, (se sobrar tempo!!) um tour pelo Brooklyn, e se a viagem durar mais de 10 dias, quem sabe uma visita rápida pelo Queens…e oxalá…o Bronx e sua fama exagerada de terra sem lei.
Staten Island?
“Nunca ouvi falar”, dirá o turista desavisado!!
Imagine uma típica cidade do interior, tranquila, histórica, longe do trânsito infernal das grandes metrópoles, com uma vista privilegiada e sensacional de Manhattan, com transporte público de qualidade, e aquelas residências de subúrbio com uma cesta de basquete e a bandeira americana na entrada, como nos filmes…
Eis Staten Island!!
Nossa experiência relatada nesse post durou um dia inteiro, num sábado ensolarado e de muito frio!! Uma “palhinha” sobre a paisagem ao deixarmos Manhattan:

Mas antes, algumas informações históricas interessantes:

Staten Island é o único “borough” não ligado diretamente a Manhattan e é o mais distante, sendo ligado ao Brooklyn pela Ponte Verrazano-Narrows e a Nova Jérsey pela ponte Goethals.

 

Em 1980 surgiram os primeiros movimentos que desejavam a separação de Staten Island de Nova York, e num referendo em 1993, 65% da população local votou a favor da separação, que não foi aceita pela Assembléia Estadual.O condado tem uma área de 265 Km quadrados, com população de cerca de 500 mil habitantes.

O primeiro passo para visitar Staten Island é chegar até a estação “South Ferry”, bem ao sul de Manhattan, pela linha 1 vermelha. Não tem erro!! Como estávamos hospedados no Harlem, foram apenas 25 minutos de metrô, do norte ao sul de Manhattan. Chegando na South Ferry Station, é só seguir as placas indicativas ou o fluxo de pessoas até o terminal “Whitehall”. O local possui algumas cafeterias e lojas “fast food”.
Agora, é só esperar no máximo 20 minutos e pegar o “ferryboat” gratuito até o terminal Ferry St George, em Staten Island. O serviço é oferecido 24 horas por dia, 365 dias por ano e é considerado a forma mais confiável de transporte de massa, com 21 milhões de passageiros/ano num trajeto de apenas 10km.
Num típico dia útil, 5 barcos fazem 109 viagens, transportando cerca de 70 mil passageiros.
South Ferry Station – Terminal “WhiteHall”
Sábado muito tranquilo!! As pessoas ainda estavam embarcando…
No trajeto de cerca de 25 minutos, você terá a oportunidade de conhecer o “skyline” de  Manhattan sob nova ótica, bem como a Estátua da Liberdade!!
Skyline de Nova York do interior do South Ferry
Vista privilegiada!!
Vista privilegiada da Estátua da Liberdade
Obs: se quiser somente ver a Estátua da Liberdade, tirar algumas fotos e não pagar nada, essa também é uma ótima opção. 
Chegando ao terminal Ferry St George, já em Staten Island, aproveite para se deliciar e tirar muitas fotos do sensacional “skyline” de Manhattan.
Manhattan – Visa de Staten Island

Após uma rápida visualização do mapa abaixo, tem-se a impressão de ser uma pequena ilha!! Mas não é! A ilha é bem extensa e é necessária a utilização de transporte público, e separe pelo menos um dia inteiro para o passeio.

Primeiro “pit stop” em Staten Island: Postcards: The Staten Island September 11 Memorial, localizado praticamente ao lado da estação St George. Trata-se de uma bela escultura ao ar livre, construída em 2004, em homenagem aos 274 moradores de Staten Island mortos nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e no atentando ao WTC em 1993.

O Memorial é chamado de “Postcards” pois suas duas esculturas representam grandes cartões postais, e cada vítima é homenageada com uma placa de granito com nome, data de nascimento e local de trabalho durante os ataques terroristas.
Apos momentos de reflexão e muitas fotos, uma rápida visita ao Staten Island Yankees Stadium, localizado cerca de 400 metros do monumento, conhecida como “filial” do famoso time nova-iorquino de Beisebol New York Yankees. Observem o Estádio completamente congelado!
Uma pequena caminahda de 10 minutos, e separe pelo menos uma hora para uma rápida visita ao “Staten Island Museum”, fundado em 1881, uma verdadeira enciclopédia sobre a história de Staten Island, que inclui ciências naturais e artes cênicas, além de uma excelente biblioteca, mapas, filmes, gravações de áudio, fotografias e documentos que datam do século XVII.
Nas proximidades do Staten Island Museum, temos um pequeno contro comercial com cafés, restaurantes e pequenas lojas.
Ao contrário dos demais “boroughs” de Nova York, Staten Island possui apenas uma linha de metrô, sendo o ônibus o meio de transporte mais utilizado e eficaz.
Retorne até à Estação St George, onde estão localizados diversos pontos de ônibus e a principal e estação de metrô.
Próximo destino: o famoso Historic Richmond Town, um verdadeiro complexo de museus ao ar livre, localizado no bairro de “Richmondtown”.
Para chegar é muito fácil: basta pegar a linha S74, e diga ao motorista que você gostaria de descer o mais próximo da Histroic Richmond Town (eles são muito gentis!), sendo que o trajeto dura cerca de 25 minutos, passando por boa parte da área central de Staten Island. Nesse momento é fácil constatar o diferencial da ilha: uma cidade interiorana em plena Nova York.
Dica preciosa: para os ônibus em Staten Island, basta a utilização do cartão de metrô normalmente utilizado nas demais regiões de Nova York (MetroCard).
O transporte público contra o crime!!
Ao descer no bairro de Richmondtown, você estará diante de um típico bairro suburbano americano, com suas casas sem muros ou grades, cesta de basquete no meio da rua e bandeira americana ao vento. Muito bacana caminhar pelas ruas tranquilas de uma típica cena clichê de filme americano.
Parada obrigada para fotos: a belísima St. Patrick´s Roman Catholic Church.
Dez minutos à pé e finalmente o “Historic Richmond Town“, antiga sede e centro comercial de Staten Island, cujos primeiros moradores eram ferreiros, sapateiros e artesãos holandeses, ingleses e franceses.
Detalhe: as tropas britânicas permaneceram estacionadas no local durante a Revolução Americana.
A “aldeia” é composta por mais de 30 edifícios e casas históricas que datam desde o século XVII ao século XX, além de antigos edifícios comerciais, agrícolas e governamentais, alguns inclusive realocados de outras partes de Staten Island.
Separe pelo menos 3 horas para uma verdadeira viagem no tempo!!
Você terá a opção de visitar o interior das casas e prédios históricos pagando um ticket de 8 dólares (adulto).
Entretanto, se preferir, pode visitá-los somente pelo lado de fora, sem qualquer custo.
O objetivo dessa “vila” a céu aberto é fazer com que os visitantes sintam-se como se estivessem no século XVIX.

 

 

 

 

Outros locais que você também pode conhecer em Staten Island:
Alice Austen House, a casa de um fotógrafo talentoso que realizou muitos registros interessantes ao longo de sua vida;
Conference House Park é uma área bem extensa, que possibilita grande contato com a natureza e com a história revolucionária;
Fort Wadsworth: uma das mais antigas instalações militares dos Estados Unidos;
Staten Island Zoo, dentre outras atrações.
Algumas horas depois de muito frio e um banho de história americana, hora de retornar ao terminal St George, rumo a Manhattan.
Decidimos por uma caminhada de cerca de 45 minutos até a estação de metrô mais próxima, passando pela região residencial e comercial de Richmondtown.
Detalhe importante: A única linha de metrô em Staten Island possui horários bem mais restritos que os de Manhattan e demais “boroughs” de Nova York,  e foi construído ao ar livre.
Região residencial de Staten Island
Estação de metrô
De volta ao terminal Ferry St George, basta aguardar a saída do “ferryboat” e apreciar o maravilhoso “skyline”de Manhattan ao final do dia.
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